Desde as mais simples às mais complexas, desde as mais desafiantes às que tiram uma boa noite de sono.
Por acaso, reparou na quantidade de decisões que tomamos ao longo de um único dia? E durante um ano?
Ao longo da nossa vida as decisões são o cerne do caminho que definimos. O que somos hoje é fruto dessas decisões. A questão é, será que estamos preparados para as tomar?
Para tomar uma decisão, é necessário ter em atenção alguns pontos?
1. Analisar/Observar – Temos todas as informações necessárias e relevantes?
2. Medir Prós e Contras – Tudo aquilo que sabemos deve ser separado entre positivo e negativo
3. Ponderar – É mesmo necessário tomar uma decisão agora?
4. Avançar – Correr riscos faz parte do processo, lembre-se: nunca terá 100% de certeza por mais segura que essa decisão possa parecer.
O problema é, quando o nosso comportamento se torna demasiado impulsivo ao ponto de perdermos essa capacidade de análise. Sem uma boa avaliação toda a decisão passa a estar comprometida.
How Does The Brain Works?
Segundo uma equipa de cientistas da Universidade Australiana New South Wales, o nosso cérebro toma uma decisão inconsciente muito antes de nós próprios termos noção dela. Isto quer dizer que, é possível traçar um conjunto de padrões cerebrais.
Quanto mais pensamos sobre uma coisa, mais forma mental lhe damos, o que quer dizer que se formos colocados a escolher sobre essa ideia e sobre outra, a probabilidade de escolhermos sobre a qual já criamos uma forma é altíssima. É por esta razão que podemos falar no efeito “feedback em loop”.
O “Feedback em Loop” não é nada mais do que a tendência existente de pensarmos mais sobre determinada ideia ou acontecimento. Por outras palavras, “quando pensamos sobre a mesma coisa várias vezes a nossa tendência é ter ainda mais pensamentos sobre ela.”
Tomar decisões assusta qualquer um!
Só de pensar em tomar certas decisões dá um arrepio na espinha. Existem decisões que ninguém quer tomar ou que são adiadas, como se pudessem ser tomadas num futuro bem longínquo. Mas o nosso cérebro pode ser muito cruel.
Quando executamos o pensamento sobre a tomada de uma decisão a nossa tendência é encarar essa resposta como sendo definitiva e para o resto da vida, mas esquecemo-nos que na grande maioria das vezes, ela pode ser reversível.
Desta forma, até mesmo não sendo reversível, podem ser tomadas outras decisões posteriores que vão modificar a primeira. Mas o que provoca internamente é um aglomerado de comunicações neuronais que estimulam o cérebro a avançar numa qualquer direção, mesmo que não sendo a melhor, mas sim a que está mais disponível.
Então…se conscientemente fugimos dela, o nosso cérebro faz questão de nos lembrar!
Como o Stress afeta o sistema?
Se nos encontramos demasiado stressados nunca é bom tomar uma decisão. Os estudos demonstram-no: “Um novo estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) vem esclarecer que quando estamos sob o efeito continuado de stress se torna ainda mais difícil avaliar os riscos e as recompensas das nossas decisões”(Visão/sapo 18.11.2017)
Por que tal acontece? O stress prolongado ou crónico leva o cérebro a tomar decisões menos produtivas e isso deve-se à falha que existe na análise da relação custo-benefício das situações.
Nesta lógica, quando tiver de tomar uma decisão sobre um assunto delicado, certifique-se que reúne todas as condições (ou pelo menos as mais satisfatórias) para que consiga tomar uma decisão em maior concordância com os seus objetivos.
Filomena Conceição - Psicóloga 