Obviamente, há grandes fatores externos que não podemos controlar agora, mas há os internos que podemos. A esperança oferece-nos a oportunidade de mudar a nossa “paisagem interior”, que pode mudar profundamente a maneira como nos aproximamos do mundo exterior.
Para muitos, o conceito de esperança parece um pensamento ideal, desdenhado ou apenas desejado, uma construção vaga ou crença elevada que não tem uso na vida cotidiana. Podemos sentir que a prática da esperança basicamente pede que coloquemos fé em algo que não acreditamos ou achamos que podemos alcançar, então de que adianta?
As definições de esperança muitas vezes incluem a sensação de que “as coisas vão ficar bem“, uma confiança empoderada ou uma sensação de segurança nas possibilidades de um amanhã mais brilhante, é também muitas vezes descrito como um estado de ser. A Esperança é mais do que um processo de alcançar metas, é algo que se sente e experimenta.
As mais recentes pesquisas demostram que a esperança real pode reduzir os sentimentos de desesperança e desespero e torná-lo mais resiliente, otimista, e ter uma melhor noção do futuro. A esperança não é meramente um pensamento de desejo ou vontade, é em vez disso, um sentimento de confiança de que as coisas podem ser diferentes. E essa é uma confiança que podemos aprender a cultivar, mesmo que não pareça possível de momento.
Uma crença mais frequente é que para se promover a mudança é necessário ter uma ideia de como chegar lá, o que implica ter objetivos bem definidos. Porém, embora as metas e uma visão possam ser vitalmente importantes, se a sua experiência emocional dominante for de descrença ou falta de confiança, ela irá substituir qualquer desenvolvimento real de esperança, logo de nada lhe servirá.
O que a neurociência nos diz é que a esperança não é um processo cognitivo, mas um estado de ser, uma experiência interior ou confiança de que “as coisas ficarão bem” ou seja, cultivar intencionalmente essa experiência interior é crucial. Isto porque, a complexidade entre mente/corpo oferece um projeto de como isso é possível, ora vejamos: se formos capazes de compreender como a vida emocional é criada e facilitada pela mente e corpo (o que se sente, as suas emoções, como isso mexe consigo não só com a sua cabeça mas com o seu corpo…), podemos começar a fazer alterações à nossa própria experiência interior, em torno da obtenção de níveis mais elevados de esperança. Por outras palavras, quanto mais experimentar qualquer sentimento, maior a capacidade irá desenvolver para viver a partir dessa perspetiva.
Vamos imaginar que tem o desejo de se tornar numa pessoa com uma visão mais positiva ou seja, quer ser uma pessoa que pensa mais positivamente, contudo não acredita que tal seja possível. O fato de não acreditar, leva a que a complexidade mente/corpo haja em bloqueio, logo, faça ativar a descrença por mais que se esforce para mudar. Na prática, o que a neurociência nos diz é algo muito simples: para construir uma maior capacidade de esperança, deve exercitar os seus “músculos de esperança“.
A chave é adotar práticas e comportamentos que realmente mudem o seu sistema de crenças e senso de experiência emocional para um de esperança. Quanto mais treinos realizar ao longo do seu dia, mais estímulo vai dar a essa ideia, ela ficará mais robusta com o tempo e passará a fazer parte do seu novo sistema de pensamento (novo sistema de crenças).
Começar pequeno e sentir uma mudança autêntica é muito mais eficaz, do ponto de vista neurocientífico, do que tentar fazer e pensar algo em grande escala que não acredita ou se sente forçado a fazer. Ao sentir-se cada vez mais confiante, vai fortalecer as redes neurais e os processos bioquímicos para que a esperança se torne cada vez mais presente e produtiva na sua vida.
Pense nos tempos em que passou por adversidades e foque-se no sentimento de sucesso. Escrever sobre o evento com recurso aos detalhes, ajuda a estimular a sua experiência interior. Concentre-se no que pode mudar nos seus pontos fortes e que podem contribuir para essa mudança. Seja claro sobre o que quer numa determinada situação, em vez de apenas se concentrar no que não quer.
Lembre-se, e sinta as suas realizações passadas, mesmo que sejam tão simples quanto aprender a apertar os atacadores. É a experiência emocional que cria a capacidade de “mais do mesmo”. Com esta mudança de mindset estará, essencialmente, a remodelar a capacidade das suas redes neurais, para experimentar sentimentos esperançosos que lhe trará um outro olhar, uma nova formula para lidar com as adversidades da vida.
Fonte: Daugherty, A. (2021). Finding Hope. California Polytechnic State University.
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