A família é um contexto natural para crescer e para receber auxílio que no curso do tempo foi elaborando dinâmicas de interação muito específicas entre os seus elementos. A estrutura familiar por sua vez, reage ao seu funcionamento pelos seus membros de família, define a sua gama de condutas e facilita a interação recíproca.
Porém, os membros da família geralmente não se sentem como parte dessa estrutura familiar, pois sentem-se como uma unidade que interage com um todo em interação com outras unidades. É comum nos esquecermos que o nosso comportamento é influenciado pelos outros elementos da família e que nós, também influenciamos os outros.
Quando um elemento da família adoece, toda a sua estrutura é abalada, é posta à prova e é questionada. O elemento que se sente fragilizado pela sua condição, encara a situação muitas vezes com desânimo e tenta passar aos outros elementos o controlo da situação.
Por outro lado, é muito complexo e difícil para os restantes elementos saberem o que se espera deles, o que se espera do seu comportamento, o que se espera que digam. É normal sentirem alguma frustração e muitas vezes, questionarem ao ponto de chegarem ao confronto com o elemento que se encontra doente.
Esta doença pode ser ela tanto quanto física, psicológica ou emocional. Quando a doença é fisicamente visível torna-se mais fácil à família para se reajustar e adaptar-se à nova condição desse elemento. Contudo, quando a doença “não é visível aos olhos”, tudo se torna mais complexo.
Um elemento com depressão, ansiedade ou esteja a passar por um esgotamento emocional por exemplo, pode ser mal interpretado pelos restantes elementos que podem exigir de si uma resposta física, no entanto, esta resposta é impedida pela sua condição mental. Esta ideia, nem sempre é fácil de compreender e assimilar pelas famílias, principalmente quando num passado recente viam esse elemento como o alicerce, o pilar, a força de toda a família.
De facto, o que sabemos é que se um elemento da família está nestas condições de maior vulnerabilidade, é normal que os seus elementos sofram com ele de diferentes formas e expressem esse seu desconforto e preocupação utilizando diferentes recursos, dependendo do tipo de relação e conexão que têm com esse elemento.
Como os Diferentes Elementos da Família Reagem
Os filhos adolescentes podem ter um sentimento enorme de incapacidade para ajudar e sentirem-se pouco úteis e até mesmo frustrados. Podem ter como consequência, problemas no contexto escolar, alterações de humor mais vincadas e explosões de ira e raiva ou choro.
Já os mais novos, podem facilmente interpretar que a culpa é deles e transformarem esse seu medo num afastamento abrupto com o elemento doente. Uma das consequências mais comuns, é o retrocesso no controlo da urina e na sua autonomia de um modo geral. O adulto tem a tendência para interpretar esse comportamento como uma simples chamada de atenção, desvalorizando essa condição.
O/a companheiro/a, por sua vez, pode ter múltiplas respostas, desde a fuga utilizando para tal, como refúgio a negação e funcionando por isso, como se nada estivesse a acontecer, continuando a manter as suas rotinas intactas. Por outro lado, pode tornar-se num cuidador/a extremo e obsessivo que tende a controlar tudo, não dando o devido espaço ao elemento doente para assimilar e acomodar e sobretudo, experienciar as suas próprias emoções.
Existem, no entanto, outras respostas possíveis, como as famílias que mediante uma crise que é a doença se unem ainda mais e fortalecem esse elemento doente. Seja como for, quando um elemento da família está doente é preciso compreender a naturalidade com que os restantes elementos vão ser influenciados.
Mesmo as crianças mais pequenas, pese embora possam não expressar diretamente, sofrem as alterações das rotinas e absorvem a tensão dentro do espaço da família, por mais que todos os outros elementos se esforcem por não transparecer esse desconforto, esse mal-estar generalizado está patente no seu olhar.
Como Melhorar Essa Condição
Não é fácil lidar com uma situação em que um dos elementos da família está doente e precisa de ajuda, mas por outro, também precisa de espaço.
Uma regra de ouro é ser-se transparente e clarificar a situação. Quanto mais se tentar omitir, fingir e negar aos outros elementos, mais difícil vai ser a sua compreensão.
Em determinadas condicionantes, pode ser necessário e útil renegociar novas regras em casa, assim todos os elementos vão saber o que esperar deles. Para que tal seja possível, é importante que todos os elementos participem, se sentem à mesa para partilhar a sua preocupação, colocar questões e sobretudo clarificar o que está a acontecer.
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