Todos nós sentimos algum incómodo quando usamos a palavra “mudar” ou “mudança”, para além de ela representar movimento, ação, energia também pode ser sinal de desconhecido, desconfiança ou até mesmo sensação de desconforto.
Qualquer que seja a mudança, ela tem sempre como sua aliada a resistência e é por essa razão que quando falamos em mudar falamos também em resistir ou “boicotar” o comportamento.
O que na maioria esquecemos de frisar, é que para mudarmos algo em nós, a maioria das vezes uma renovação bastaria para energizar a nossa mente e podermos assim, ter outra perspetiva sobre o caminho.
Aliado a esta ideia, surgem outras, como a velha expressão “para mudar, só se for para melhor” – Como a probabilidade de ter 100% de certeza é diminuta, ficam sempre as questões por responder: “Será que estou a fazer a melhor escolha?”, “Será que estou a tomar a melhor decisão?” e o sentimento de uma pressão imensa, como se fosse um “tudo ou nada” constante… “Se calhar o melhor é ficar onde estou, assim pelo menos, sei com o que contar”. Há sempre o risco de falhar na análise e o risco de ter realizado uma má avaliação da situação.
Quando pensamos numa mudança, pensamos nela com uma olhar radical e isso assusta qualquer um! Nem sempre é necessário mudar assim tanto. Por vezes, apenas alguns ajustes são suficientes para voltar a sentir alegria e prazer na vida, ter a mente novamente em equilíbrio.
Tantas vezes se ouve a expressão para ser feliz precisa “existir uma mudança”, “deve mudar” ou “procurar a mudança”, “sair da sua zona de conforto” quando muitas dessas vezes, a ideia que se pretende passar é que a pessoa deve procurar outras soluções perante o mesmo cenário se essa opção continua sem trazer ganhos. Estes ganhos, não são só económicos, mas sobretudo de satisfação e prazer.
É impossível viver uma vida plena sem estes dois ingredientes. Muitas pessoas queixam-se porque não encontram um propósito como se todos tivessem de ser grandes artistas reconhecidos. Concretamente, o que se precisa é aprender a ganhar satisfação e prazer com o que se faz, seja o que for. Pode ser desde tratar de plantas, ler livros, pintar um quadro, ler um livro, tratar dos seus animais, ver um filme. Não importa o quê, desde que isso seja sinal de bem-estar e satisfação, desde que contribua para a sua felicidade e para o seu estado emocional positivo.
O grande erro é passarmos a vida à procura de algo que não sabemos se ele existe e pior, o que é.
Sentimo-nos muitas vezes amarrados ao mesmo ciclo, repetimos os mesmos padrões, fazemos as mesmas coisas. E depois queixamo-nos por não fazermos nada de diferente, a nossa vida aparenta andar sempre ao mesmo ritmo, parece que tudo nos irrita e que não há nada que nos motive.
Saiba que pequenas mudanças de ambiente/contexto são essenciais. É por essa a razão que viajar faz-nos sentir tão bem. É uma sensação de conforto, liberdade, mas porque sabemos que ela é momentânea (dura um tempo concreto e em princípio, está no nosso controlo pois, na maioria dos casos, sabemos onde vamos estar e com quem vamos estar).
Já pensou o que pode ganhar se mudar esses padrões repetitivos da sua semana? Em vez de fazer coisas por obrigação, fazer mais coisas por prazer e equilibrar a balança? Ninguém aguenta estar sempre a fazer coisas que não se gosta e as repetir vezes sem conta. Somos humanos e não máquinas. Apesar de não reconhecermos assim tantas vezes, sentimo-nos bem quando experimentamos coisas novas com as quais nos identificamos. Talvez ainda não tenha reencontrado a sua, mas não se preocupe nem desespere. Obviamente, também não podemos começar a fazer só coisas que gostamos ou que queremos, é preciso encontrar esse equilíbrio.
O autoconhecimento tão importante para o desenvolvimento pessoal é um processo. O que se pretende é que a pessoa se possa renovar, sem que haja uma necessidade de raiz de mudar tudo (sim, em alguns casos pode existir, mas não em todos eles). Certamente, existem coisas na sua base como o temperamento que não são possíveis de mudar, mas são possíveis de ajustar de modo a poder tirar o melhor partido dele.
O temperamento é a base, a génese por assim dizer do comportamento que contribui diretamente para a construção da personalidade de cada um de nós. Há pessoas com um temperamento mais agressivo, outras mais calmo. Nestes casos, o trabalho do terapeuta é ajudar a pessoa a desenvolver o autoconhecimento e aprender a gerir melhor os seus momentos emocionais em resposta aos desafios do seu dia a dia.

Mudar significa ter a capacidade de fazer esse caminho de autoconhecimento.
Sem nos conhecermos, isto é, saber reconhecer/identificar como somos o que gostamos, como reagimos às diferentes situações, o que nos incomoda, o que nos magoa, o que nos deixa tristes o que nos deixa verdadeiramente alegres e bem dispostos. Se eu conseguir identificar isso em mim, posso então definir e decidir o que quero melhorar em mim, o que preciso renovar e o que preciso manter para me dar estabilidade.
Ao fazer essa introspeção sobre mim, o meu olhar e perceção sobre os outros que me rodeiam fica mais fina, mais aprumada e mais afinada. Aprendo a reconhecer melhor as situações e assim, a minha capacidade de resposta fica mais assertiva. Como consequência, vou-me magoar menos e vou ter mais consciência das minhas reações e decisões.
Este é um processo de desenvolvimento pessoal. Onde eu reconheço em mim as minhas potencialidades (aspetos a manter e a rentabilizar) e as minhas fragilidades (aspetos a melhorar e a renovar)
Para renovar preciso identificar os pontos, as arestas, as ideias. Preciso identificar o motivo, o que me move e por outro, o que pretendo atingir. Renovar significa reaproveitar o que tenho, uma espécie de limpeza de garagem ou de sótão. Preciso abrir caixas e ver o que há lá, fechar outras e decidir em concreto o que quero reaproveitar e o que não fazendo sentido, preciso colocar no contentor do lixo.
Ninguém gosta de mexer nas caixas do sótão…ninguém gosta de rever o seu passado, se passa o tempo a fugir dele. No entanto, não nos podemos esquecer que esse passado faz parte da nossa história e quer queiramos ou não, influência o nosso presente e quiçá o nosso futuro também se não fizermos nada para alterar, a tal mudança…
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