Temos ouvido sobre muitas coisas nestes tempos que correm. Uma delas está relacionada como os cuidados a ter para mantermos, dentro do possível, alguma estabilidade emocional.
O problema, nesta fase, não se prende com a falta de informação mas sim, com a informação em excesso principalmente aquela que é contraditória e nos deixa ainda mais um sentimento de confusão e inquietação. Em certa medida, ficamos mais receosos quanto ao presente e mais incertos quanto ao futuro (próximo).
Sim, é preciso ter presente alguns cuidados com as rotinas. Principalmente tentar manter uma gestão equilibrada entre o tempo de trabalho e o lazer no entanto, tal não deverá ser olhado como algo de novo.
Mais do que saber o que fazer, é necessário aplicar o que se sabe, de outra forma não conseguirá manter-se suficientemente capaz para dar conta do recado. Sair das frases e aplicar não é fácil, é preciso força de vontade, diria até uma força mental elevada, mas não é impossível.
Como qualquer novo hábito é preciso repetir. A repetição cria uma memória dessa nova informação. Uma memória do comportamento, que se vai adaptando ao longo do tempo, deixando de se tornar em algo difícil de realizar. A repetição implica garantir que a memoria é reavivada e está presente. Sem essa repetição…a ideia vai-se perdendo, vai desaparecendo, vai perdendo a sua energia e a sua força, portanto é preciso continuar a insistir.
A resiliência e persistência são dois conceitos centrais para esta fase. Sim, estamos quase fora do estado de emergência mas ainda não terminou, por isso é importante manter o foco.
Não se sinta culpado!
Como já deve ter ouvido falar também, nada será como dantes. Não se afirma isto com a intenção de provocar o pânico ou o medo, mas sim de consciencializar as pessoas que este evento de vida tem impacto e terá impactos em todos nós daqui para a frente. É um marco na nossa vida.
Se podemos afirmar que terá sem dúvida impacto em nós, não é o mesmo afirmar que todos vamos recordar da mesma maneira. Cada um de nós criará uma imagem, uma memória deste momento e ela será reativada, mais ou menos intensamente, mais ou menos frequentemente consoante a nossa capacidade para lidar com ela.
É importante manter alguma tranquilidade dentro de alguma desorganização que possa sentir. Quero eu dizer com isto uma coisa extremamente importante: se não está a ser capaz de dar o seu melhor agora (seja no trabalho ou na falta dele, com a sua família, com os seus filhos ou na sua relação) não veja isso como sendo o seu futuro. Nada lhe garante que vai ser pior ou não, será diferente, isso pode ter a certeza.
No entanto, não sejamos assim tão dramáticos, estamos perante uma mudança e como qualquer mudança…é normal existirem resistências e muitas dúvidas, faz parte da própria dinâmica. Não se sinta culpado por isso.