O facto de as forças de segurança, pelas atividades específicas que realizam, estarem mais expostas a um conjunto de riscos psicossociais como o stresse, a violência e o suicídio. Estes riscos podem representar consequências negativas graves para a saúde e o bem-estar das forças de segurança (e das suas famílias).
Essas consequências incluem frequentemente problemas de saúde psicológica como a depressão, maior probabilidade de sofrer doenças físicas, problemas familiares e divórcio ou mesmo suicídio (Parson, 2004).
Um dos principais riscos psicossociais que afeta os operacionais das forças de segurança é o stress ocupacional e a síndrome de burnout (Houdmont, 2013).
O stress ocupacional consiste num padrão de reações emocionais, cognitivas, comportamentais e fisiológicas aos aspetos adversos do conteúdo do trabalho, da organização e do ambiente de trabalho.
O stress ocupacional é experienciado quando as exigências do trabalho excedem a capacidade do trabalhador de as controlar e gerir.
O burnout constitui um tipo específico de stress ocupacional, que se carateriza pela exaustão emocional, a despersonalização e a diminuição do envolvimento pessoal no trabalho.
Algumas profissões são mais suscetíveis, como é o caso das forças policiais.
O burnout representa um risco não só para o próprio trabalhador mas também para os seus colegas uma vez que é “contagioso” – os profissionais transferem a tensão psicológica para os membros da equipa com que interagem (Westman & Bakker, 2008).
As intervenções para a redução e prevenção dos riscos psicossociais nas forças de segurança envolvem frequentemente programas psicoeducativos. Importa, igualmente promover a resiliência e a capacidade de gestão do stress das forças de segurança (McCraty & Atkinson, 2012).
Segundo Andersen et al. (2016) consideram que o componente principal da promoção da resiliência nas forças de segurança é a preparação mental.
A preparação mental refere-se à psicoeducação sobre os aspetos fisiológicos e psicológicos do stress e do trauma, à prática de técnicas de resiliência que permitam às forças de segurança lidar com incidentes críticos e incorporá-las enquanto resposta automática àquilo que acontece durante o serviço.
Texto retirado e adaptado de “Programa de Promoção de Resiliência Psicológica dos operacionais das Forças de Segurança, Lisboa, OPP, Março 2017.