O mobbing é um fenómeno psicossocial também reconhecido como terrorismo psicológico ou assédio moral no trabalho. A sua existência verifica-se desde o tempo em que existem organizações e grupos. Por muitos autores é visto como a Praga Laboral do séc. XXI e que contribui para que cerca de 18 milhões de pessoas sejam afetados na europa.
Por ventura, as relações laborais que se definem no presente suscitam e fomentam mais facilmente o aumento de comportamentos da esfera assediante, principalmente:
- Aumento dos ritmos de trabalho
- A gestão por objetivos dos trabalhadores e da empresa
- A pressão competitiva exercida pelas chefias
- A utilidade “descartável” da mão-de-obra
- O fosso de distância entre o topo e a base da pirâmide empresarial
- O desconhecimento sobre a direção da empresa
- Os vínculos precários
O mobbing é o nome que se dá quando no contexto laboral é exercido um poder ilegal sobre outro e que pode ser perpetuado com recurso a diferentes meios, tais como:
– Uso de crítica destrutiva e depreciativa, com recurso à linguagem hostil que pretende garantir o isolamento da vítima.
– Omissão de projetos de modo a manipular o conteúdo funcional da vítima e assim, leva-la a execução de tarefas muito abaixo do seu potencial ao nível de formação e experiência profissional.
– Criação de falsos testemunhos sobre a vítima, causando humilhação, principalmente com recurso a informações da sua esfera privada. Por vezes com recurso a meio tecnológicos, podendo mesmo agredir física e verbalmente.
Segundo Leyman & Gustavsson (1984), este tipo de mau trato poderá ter origem nas características individuais tanto por parte do(a) agressor(a) como da vítima. Por outro lado, um clima organizacional que permita e estimule este tipo de comportamento pode ajudar à sua propagação interna.
Neste sentido, é favorável que a pressão psicológica exercida seja muitas vezes no sentido descendente, isto é, inicia-se no topo da pirâmide hierárquica e desce até ao subordinado, executando uma pressão em dois sentidos formal e informal. Porém, ao longo da investigação que se tem feito nesta área, muitos autores definem mobbing tendo em conta 3 variantes. Vertical, horizontal e combinado.
Mobbing vertical – é praticado ao longo da cadeia/pirâmide hierárquica.
Mobbing horizontal – ocorre quando os executantes são os próprios colegas diretos de trabalho.
Mobbing combinado – Se se fizer uso das duas condicionantes anteriores.
“Conjunto de condutas que consubstanciam violência psicológica exercida sobre um(a) trabalhador(a), por parte de um(a) superior(a) hierárquico(a), ou por um(a) colega de trabalho no mesmo patamar funcional da instituição” Leyman & Gustavsson (1984)
A vítima sofre drasticamente com o mobbing, tendo como consequências:
- Diminuir a motivação
- Diminuir o empenho (quebra do rendimento profissional)
- Diminuir a própria produtividade
- Impacto negativo na saúde em geral
- Absentismo ou abandono da própria instituição
- Baixa autoestima
- Stress pós-traumático
- Irritabilidade
- Agitação motora
- Dificuldade de atenção
- Perturbações do sono
- Ansiedade
- Depressão
- Alteração do foro psicossomático (sistema digestivo e nervoso autónomo)
- Dependência de fármacos ou álcool
- Em casos mais extremos: suicídio
Aquilo que se entende é que o trabalhador vítima de mobbing, apresenta maior predisposição para alterações na sua saúde física e psicológica, em paralelo com problemas de ordem financeira e familiar. Verifica-se uma correlação com o desemprego e/ou a continuidade precária do vínculo laboral entrando a vítima numa espiral incapacitante de ordem permanente.
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Fontes: Redinha, M. (2003). Assédio Moral ou Mobbing no Trabalhado. In Estudos em Homenagem ao Professor Raul Ventura. Coimbra Editora; Direção-Geral de Saúde (2014). Violência Interpessoal: Abordagem, diagnóstico e intervenção nos serviços de saúde. PP.79.