Todos nós em momentos particulares da vida experienciamos ansiedade. Em situações extremas dá-nos uma sensação de falta de controlo, sentimo-nos totalmente dominados, o mundo parece que vai virar do avesso, receamos a nossa capacidade de inverter a situação, receamos perder o controlo, questionamos se vamos morrer e em alguns casos, é como se alguém tivesse o comando na mão do nosso corpo e fosse carregando nos botões aleatoriamente, provocando todas aquelas alterações no nosso corpo e mente.
Mas a ansiedade faz parte da condição humana e é-nos muito útil em caso de perceção de medo ou em situações que necessitam da nossa atenção redobrada. A ansiedade é responsável pela ativação neuronal nas zonas da amígdala e a área tegmentar ventral e ajuda a atuar perante uma situação de perigo iminente. É por isso considerada como uma reação expetável a uma situação nova ou perante a perceção de medo, ajuda-nos a estar em alerta. Contudo, nem sempre a ansiedade emerge de forma instintiva e poderá tornar-se patológica.
O medo e a ansiedade são coisas diferentes: “o medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura” (DSM-V). A ansiedade é também influenciada pela memória, personalidade, perceção, apetite, sono, etc.
Importa esclarecer que os ataques de pânico são uma resposta direta ao medo e não ocorrem somente nos transtornos de ansiedade, podendo concorrer noutras situações.
Quando a ansiedade fica com o comando na mão?
A ansiedade é considerada normal quando ela existe perante uma ameaça ou situação de medo/stress identificado. É patológica quando a reação é desproporcional tendo em conta a possível ameaça, permanecendo mesmo quando passa a inexistente, são por isso situações de reação extrema.
Ela é não adaptativa quando obriga todas as funções do corpo e mente a dedicarem-se a esta ativação neuronal. Quando a ansiedade surge descontroladamente submete aos organismos que estejam preparados para ação, ativa por isso componentes, físicas, cognitiva, emocionais, psicológicas, comportamentais, motivacionais do nosso organismo.
Por exemplo, um aluno vai entrar para um exame, tem uma chamada branca (não se consegue recordar da matéria, perceciona que se esqueceu de tudo o que estudou) e não consegue entrar na sala para fazer o exame. Certamente, terá muitos outros exemplos que poderá enumerar neste momento.
Segundo as investigações que se tem feito ao longo dos últimos anos é possível reconhecer que muitas das perturbações de ansiedade tiveram o seu início em idades muito precoces e que se não forem diagnosticados corretamente os sintomas podem persistir ao longo dos anos. Sabe-se igualmente que a ansiedade patológica é mais comum nas mulheres do que nos homens.
Quais os sinais e sintomas de ansiedade extrema?
– Ambiente parece diferente
– Hipervigilância
– Incapacidade para controlar pensamentos
– Medo de perder o controlo
– Medo de se magoar fisicamente ou morrer
– Medo de perturbação mental
– Medo de não ser capaz de superar o momento
– Dificuldade de concentração numa tarefa ou num objeto
– Atenção focada nos sinais e Hipervigilância
– Intolerância à incerteza e desconhecimento
Existem diferentes tipos de ansiedade?
Sim existem diferentes perturbações que se desencadeiam por estímulos ou situações distintas.
– Perturbação de ansiedade de separação
– Mutismo Seletivo
– Agorafobia
– Perturbação de ansiedade generalizada
– Perturbação de Pânico
– Fobia específica
– Perturbação Pós-Stress Traumático
– Perturbação de Ansiedade Social ou Fobia Social
Existem muitas dicas que se podem dar para tentar minimizar um ataque de ansiedade, mas lembre-se essas dicas não vão resolver totalmente o problema, só vai fazer com que seja colocado em stand by até que volte novamente a acontecer. Aprender a gerir os pensamentos e a controlar os comportamentos, para poder aprender as ferramentas essenciais que poderá utilizar sempre que acontecer é uma das formas mais eficazes de combater a ansiedade.
No tratamento da ansiedade o objetivo principal começa por identificar o que desencadeia os episódios, para os poder compreender e neutralizar. Ao longo do processo terapêutico a pessoa vai aprendendo estratégias que pode utilizar, passará a sentir-se com maior controlo sobre a situação e a médio prazo a periocidade e intensidade desses episódios vão diminuir ao longo do tempo.
Se os sintomas persistirem por mais de seis meses é essencial a procura de ajuda especializada se quiser passar a ter o seu próprio comando da sua vida.
Quer saber como está a sua ansiedade? Faça aqui o seu teste.
Se quiser colocar alguma questão por favor clique aqui.
Veja aqui as condições de acesso a consulta psicologia.