Existem alguns “truques” para conseguirmos ser melhor aceites pelos outros, até sentir aquela sensação de que os outros gostam de nós e de ouvir as nossas ideias. Atualmente, falasse muito sobre ser-se resiliente, empático e ter uma boa dose de inteligência emocional para facilitar todo o processo. Todos estes conceitos podem ser trabalhados. Infelizmente, nem todos nós apresentamos este conjunto de check-list de skills muito aprumado. Por norma, é uma construção que demora o seu tempo e vai melhorando á medida que vamos ficando mais velhos. No entanto, nem sempre as coisas são assim tão fáceis. Por vezes o stress, o fracasso sistemático, a desesperança ou a sensação de falta de controlo, pode fazer com que nos esquecemos que temos estas competências fantásticas em nós. Às vezes estão lá no baú das memórias, mas não são coisas aplicadas em “prática diária”.
Hoje não vou falar dessas ferramentas tão importantes para nos relacionarmos socialmente. Vou falar de uma coisa tão simples como a confiança, ou se quiserem…a auto-confiança, que funciona igualmente bem se queremos ter alguma influência nos outros, se procuramos que aqueles que estão à nossa volta possam envolver-se nas nossas ideias.
Segundo a ciência comportamental, o nosso cérebro tem uma tendência natural para seguir alguns padrões. Há algum tempo atrás também abordei essa questão. Então, em regra geral, o nosso cérebro está formatado para aceitar melhor as ideias de pessoas que nos parecem confiantes, mesmo que essa ideia depois de bem explorada, não seja assim tão boa. Isso acontece porque a pessoa “transpira” confiança naquilo que diz e como o faz, capta automaticamente os nossos sensores mesmo que queiramos não estar assim tão atentos.
Uma pessoa confiante, é em principio uma pessoa confiável, é isto que o nosso cérebro processa automaticamente. E se é uma pessoa confiável, porque é que não haveria de confiar nele? Isso acontece porque o nosso cérebro cria uma espécie de atalho cerebral bastante persistente: pessoas confiantes = pessoas confiáveis e fim de história.
Pelo contrario, quando expomos as nossas ideias, e elas podem ser realmente boas, mas se não transmitirmos total confiança em nós próprios, a probabilidade das pessoas nos colocarem muitas questões e mostrarem-se menos interessadas no assunto ou até, por assim dizer, desprezarem o que queremos transmitir tornasse numa verdade absoluta. Ora, um bom líder é por norma uma pessoa confiante. A sua postura é assertiva (contrário de agressiva) e expressiva, utilizando bastante o humor como reforço dessa confiança.
No meio social, seja ele um espaço profissional ou entre amigos, as pessoas tendem a atribuir um estatuto mais elevado àqueles que são mais confiantes, valorizando as suas ideias e as suas qualidades mais facilmente.
Como posso ser mais confiante ?
Os estudos nesta área indicam que uma pessoa proativa é associada a uma pessoa confiante. Uma pessoa que toma iniciativa, conversa e procura saber, demonstra uma atitude mais confiante em si. Não tem medo de colocar questões, mesmo que estas possam incomodar outros. Por outro lado, uma pessoa que demonstra clareza nas suas declarações aparenta ser uma pessoa confiante e sobretudo coerente. Quando existem algumas incertezas pelo caminho, se alguém aparece e interpreta com clareza essa informação está a transmitir aos outros um sinal de confiança.
E lembre-se: “A verdadeira confiança não tem definitivamente nada a ver com arrogância. É demonstrar que somos seguros o suficiente para parar, pensar no que as outras pessoas estão a dizer e verbalizar o que pensamos em seguida.” Webb, C. (2017)
FC