Uma Experiência Profunda de Aprendizagem

Começo por confidenciar-vos que há vários meses que ponderava escrever algo sobre uma matéria que me é tão próxima e tão incrivelmente apaixonante que é o trabalho in loco de ser-se psicólogo (neste caso, psicóloga).

Não vos vou falar de pessoas e das suas histórias, nem de como sou muito profissional ou muito “boa” no meu trabalho, mas vou partilhar convosco a minha experiência. E se…algum dia ponderaram ir a um psicólogo ou simplesmente conhecem alguém que pudesse beneficiar dessa condição maravilhosa, então talvez vos interesse ler o que vou partilhar de seguida. Ah! também não vos vou falar de teorias, de sermões aos peixes ou de consultórios frios e sem emoção.

Acredito nas pessoas e acredito que tenho tantas coisas para aprender quer ao nível profissional, quer ao nível pessoal, mas grandemente considero-me uma verdadeira sortuda por todos os meus clientes. Eles têm feito as suas confidências e me têm feito levantar e transpor várias vezes as minhas próprias metas e fasquias.

Na verdade são os meus clientes que se têm ajudado uns aos outros (esta é apenas uma metáfora que faz todo o sentido…). Ao longo dos últimos anos precisamente 7, tenho sentido que existe uma aprendizagem contínua, até mesmo para aqueles que partiram sem deixar um rasto, até mesmo para aqueles com quem tenho mais dificuldade em gerir as suas assiduidades ou pontualidades às consultas. Em todos eles, os meus clientes, eu revejo as suas evoluções desde o primeiro segundo que disseram o seu nome e que agora sim, ganham as tais asas e podem continuar o seu voo, esta foi só uma paragem no meio da viagem, percorrendo o caminho que escolheram e meramente isso.

Não é possível ser-se quem se é se outro alguém tentar construir o nosso próprio caminho e é algo que tento passar dentro das quatro paredes do consultório, durante aqueles preciosos 60 minutos que são para mim fruto daquilo que sou, dou e tento compreender.

Rogers tinha razão quando uma vez pensou  que a relação terapêutica entre o psicólogo e cliente é mais do que uma simples relação terapêutica por si só, é sobretudo “inerentemente dotado de liberdade e de poder de escolha“, cada cliente é único e estrondosamente dotado da capacidade de fazer as suas próprias escolhas. Cabe ao psicólogo uma função apaixonadamente e também ela única:

“Ver através dos olhos da outra pessoa, perceber o mundo tal como lhe parece, aceder, pelo menos parcialmente, ao quadro de referência da outra pessoa”

Tal só é possível quando a relação entre as partes é mais do que a soma do todo, é mais do que uma simples relação do aqui e agora. Continua inconscientemente após o término de cada consulta. Cria-se e desenvolve-se a empatia naturalmente, ocorre a partilha e o crescimento natural da pessoa. Não existem escolhas boas ou más, existem escolhas. E como alguém disse um dia “mesmo quando não estamos a tomar uma decisão, só pelo facto de não a tomarmos já é uma decisão. A decisão de não a tomarmos”.

Para mim esta tem sido uma experiência profunda de aprendizagem. Cada cliente é uma pessoa e acredito que cada pessoa tem em si o crescimento natural e universal para se construir ao longo do tempo. A mim, cabe-me a missão de criar as condições necessárias e possíveis para cada uma delas, contribuindo para a reestruturação da pessoa com um objetivo único: melhorar a realização das suas próprias potencialidades (cliente). Está é a minha tarefa.

Contudo nem tudo é fácil e simples, criar empatia leva o seu tempo. Tempo que muitas pessoas não podem, não querem ou pensam que não devem ter. Criar as tais condições também carece de qualidade, é uma construção delicada. Costumo dizer várias vezes «se é para fazer por fazer, não me peçam. Se é para fazer, tem de ser bem feito». A qualidade dessa construção é incrivelmente importante, a construção da pessoa, de cada um pressupõe uma delicada observação que nem todos estão dispostos a fazer:

“Conhecer-se a si mesmo, avaliar o seu próprio funcionamento e as suas condições”

Aqueles que aceitam fazê-lo, embarcam numa viagem única marcante que não pode ser repetida, pois cada experiência hoje construída, pertence ao passado. Todos os dias estamos a construir o futuro.

Para essa viagem são necessárias 3 condições:

  1. Compreensão Empática (Psicólogo-Cliente)
  2. Olhar Positivo Incondicional
  3. Congruência

 

Love my job!

FC

Caso queiram entrar em contacto comigo por favor…estejam à vontade: fpfconceicao@gmail.com

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