Quando falamos de saúde mental, é comum surgir a dúvida: afinal, a medicação resolve tudo? A resposta é simples: não.
A medicação é uma ferramenta importante, mas não é suficiente para superar as causas profundas dos problemas emocionais. Ela atua principalmente nos sintomas, proporcionando alívio e estabilidade momentânea de forma mais rápida, do que o feito da terapia. No entanto, para superar as origens do sofrimento e aprender estratégias para viver melhor, é essencial complementar o tratamento com terapia psicológica.
Neste artigo, vamos explorar por que a medicação é uma peça do grande puzzle e como a terapia desempenha um papel fundamental na transformação de sintomas, trazendo benéficos que duram para o resto da vida.
Afinal, o que é mais eficaz: Medicação ou a Terapia?
A resposta é simples: depende. Elas cumprem papéis diferentes, mas são complementares. Vamos perceber mais à frente como se conectam para obter os melhores resultados, mas em primeiro lugar vamos começar por clarificar o papel de cada uma.
O que faz a Medicação?
A medicação quando aplicada na saúde mental é frequentemente prescrita para tratar a ansiedade, depressão ou perturbações de humor (bipolaridade). O seu objetivo principal é reduzir a intensidade dos sintomas, permitindo que a pessoa se sinta mais equilibrada e funcional. Por exemplo, quem sofre de ansiedade, pode sentir menos palpitações, menos tensão e menos pensamentos acelerados após iniciar um tratamento farmacológico. Isso é extremamente útil, especialmente em momentos de crise.
A medicação atua rapidamente nos sintomas, por vezes, após poucas horas, as pessoas já sentem algum alívio e ao fim de 4 semanas (dependendo do princípio ativo) podem observar alterações positivas. Os antidepressivos, ansiolíticos ou estabilizadores de humor, ajudam a reduzir a intensidade da ansiedade, da tristeza ou da agitação.
Contudo, é importante compreender que a medicação não ensina estratégias para lidar com os desafios do dia a dia. Ela não ajuda a identificar gatilhos, nem a compreender as emoções que estão por trás do sofrimento. É aqui que a terapia entra como complemento indispensável.
Como explica o psiquiatra Daniel Sampaio, a medicação é essencial em muitos casos, mas não substitui o trabalho psicológico. No fundo, a medicação ajuda a criar condições para que a pessoa possa investir na mudança através da terapia. É verdade que a atuação da medicação traz consigo uma sensação de alívio, mas não resolve os problemas que estão por trás desses sintomas. Enquanto a medicação atua como um “freio” para os sintomas, com a terapia aprende-se ferramentas para utilizar para o resto da vida; aprende-se a lidar com os problemas de forma mais equilibrada sem que tudo seja “o fim do mundo”.
O que a Terapia oferece que a Medicação não consegue?
Ferramentas para gerir a ansiedade: Enquanto os fármacos reduzem os sintomas, a terapia ensina técnicas como respiração consciente, reestruturação de pensamentos e gestão de gatilhos.
Compreensão emocional: Na terapia, aprendemos a dar nomes aos sentimentos, entender as suas causas e desenvolver estratégias ajustadas para lidar com eles. A medicação apenas suaviza a intensidade dessas emoções, mas não promove autoconhecimento nem crescimento pessoal.
Resolução de problemas: A medicação cria uma sensação de leveza temporária, mas não resolve conflitos internos, padrões de comportamento ou dificuldades relacionais. A terapia ajuda a enfrentar esses obstáculos de forma prática e duradoura.

Imagine a seguinte analogia “(…) a medicação é como um guarda-chuva: num dia de chuva intensa protege-o do pior, mas não muda o clima. A terapia, por outro lado, ensina a prever a chuva, escolher a melhor rota e até construir abrigo para os dias difíceis”.
Exemplos práticos:
Na Ansiedade:
Medicação: Atenua os sintomas da ansiedade, deixando a pessoa mais calma temporariamente.
Exemplos de princípios ativos: Diazepam, Alprazolam (benzodiazepínicos), Buspirona (ansiolítico não sedativo).
Terapia: Ensina técnicas para gerir a ansiedade, identificar gatilhos e construir estratégias para lidar com situações difíceis.
Na Depressão:
Medicação: Reduz a sensação de tristeza ou angústia.
Exemplos de princípios ativos: Fluoxetina, Sertralina (ISRS), Amitriptilina (tricíclico).
Terapia: Ajuda a dar nomes aos sentimentos, compreender as suas causas e desenvolver competências de gestão emocional.
Para transtorno bipolar:
Medicação: Ajuda a estabilizar o humor, reduzindo episódios de mania ou depressão.
Exemplos de princípios ativos: Lítio (estabilizador de humor), Quetiapina (antipsicótico atípico).
Terapia: Ensina a reconhecer sinais de alteração de humor, criar planos para lidar com crises, melhorar a comunicação com familiares e desenvolver estratégias para manter uma rotina saudável.
Por que combinar pode ser vantajoso?
A medicação e a terapia não são rivais, elas devem ser vistas como aliadas. Como expliquei anteriormente, a primeira controla os sintomas, permitindo que a pessoa tenha condições para viver melhor no presente. A segunda vai além: ajuda a compreender, transformar e superar os desafios que originam o sofrimento. Juntas, oferecem um caminho mais completo para quem procura equilíbrio emocional e qualidade de vida, mas atenção!

A medicação prolongada não deve ser entendida como um primeiro recurso no caso de sintomas ligeiros. Cada situação, deve ser avaliada por profissional especializado. O mesmo acontece com a automedicação, podendo levar a consequências graves para a saúde mental.
A medicação ajuda a estabilizar, mas é a terapia que transforma.
A medicação pode silenciar os sintomas, mas é a psicoterapia que dá voz às causas. Brás P.
Se está em tratamento ou pensa em iniciar, lembre-se: tomar medicação pode ser essencial, mas aprender a lidar com as emoções é o que realmente muda a história.
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