Durante muito tempo, persistiu a ideia de que recorrer a apoio psicológico seria sinal de fraqueza, de descontrolo emocional ou mesmo de “loucura”. Felizmente, estas ideias têm vindo a mudar. Cada vez mais pessoas compreendem que cuidar da saúde mental é um acto de coragem e de responsabilidade pessoal.

Mas afinal, quem são as pessoas que procuram apoio psicológico?

A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo: são pessoas como eu e como tu. São homens e mulheres, muitas vezes em fases exigentes da vida, atravessando transições importantes como a parentalidade, separações, mudanças de carreira, burnout, luto ou crises existenciais. Podem apresentar quadros clínicos diagnosticados como ansiedade, depressão, perturbações obsessivo-compulsivas, entre outros, mas muitas vezes chegam sem um diagnóstico, apenas com a sensação de que algo não está bem.

Segundo a literatura psicológica contemporânea, a motivação para procurar terapia raramente é unidimensional. Conforme salientam autores como Irvin Yalom ou Paul Wachtel, o sofrimento emocional surge muitas vezes como o ponto de partida, mas a continuidade do processo terapêutico está ligada à busca de sentido, à vontade de crescer, de compreender padrões relacionais, de nos conhecermos melhor ou de melhorar a qualidade de vida.

No consultório, encontramos profissionais exaustos, pais e mães em dúvida sobre como educar os filhos, pessoas a questionar os seus relacionamentos ou o rumo da sua vida, bem como quem carrega traumas antigos nunca antes verbalizados. É importante desmistificar: procurar ajuda psicológica não significa estar “doente” no sentido tradicional. Significa reconhecer que a mente, tal como o corpo, precisa de cuidado.

Três dicas para quem está a considerar procurar apoio psicológico:

  1. Escuta o teu mal-estar: Se sentes um desconforto emocional persistente, não ignores. A terapia é um espaço seguro para compreender o que se passa contigo.
  2. Não esperes pelo “fundo do poço”: A intervenção psicológica é mais eficaz quando iniciada antes da crise total.
  3. Escolhe um psicólogo com quem te sintas em relação: A qualidade da relação terapêutica é um dos maiores preditores de sucesso em psicoterapia.

“A missão da psicoterapia é libertar as pessoas das prisões que não veem.”
Viktor Frankl

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