Nos últimos anos, as redes sociais (Facebook, instagram, X, linkedin, youtube, Snapchat, WhatsApp, etc.) transformaram-se numa parte indispensável das nossas vidas. A pandemia acelerou esta transição, fazendo com que muitos de nós nos tornássemos ainda mais dependentes das plataformas digitais para trabalhar, socializar e aceder a informações. Embora a tecnologia tenha trazido muitos benefícios, também levanta questões importantes sobre o seu impacto na nossa saúde mental. Este artigo pretende alertar para os sinais mais comuns.
Ligações Virtuais
Sem dúvida, as redes sociais têm o potencial de facilitar a conexão entre pessoas sejam eles amigos, familiares ou colegas. À distância de um simples clique podemos chegar à fala com qualquer pessoa, em qualquer idioma em qualquer parte do mundo. Num videogame, conseguimos interagir com outras pessoas enquanto jogamos e isso cria uma conexão emocional, mesmo sem conhecer a pessoa fisicamente. Essa conexão emocional é criada porque encontramos um ponto em comum: “o gosto por aquele jogo”.
No entanto, os diferentes estudos demostram que o uso excessivo destas plataformas podem levar a comparações sociais prejudiciais e a sentimentos de solidão e inferioridade. Por exemplo, se tiveres uma má performance no videogame isso pode causar irritabilidade excessiva porque te sentes fracassado(a) por estares a falhar perante o teu companheiro(a) de jogo. Na vida real, obviamente esse efeito também seria esperado, contudo, porque não conhecemos verdadeiramente a outra pessoa, isso causa um desconforto e frustração ainda maior: “O que será que ele/ela vai pensar de mim?”. É essencial refletir sobre como nos sentimos após o uso das redes sociais e considerar a qualidade das nossas interações virtuais.
Nem sempre as ligações virtuais correspondem a uma relação real entre as pessoas. Muitos seguidores e likes no Facebook e no Instagram não são sinal de amizades ou companheirismo verdadeiro. Podem inclusive, criar uma falsa ideia sobre as relações: demasiado voláteis e um sentimento de dificuldade associado para lidar saudavelmente com desafios naturais, como por exemplo, a partilha de diferentes ideias/opiniões e a diferença de comportamentos/atitudes.
O Efeito da Exposição Contínua
A constante exposição a notícias, especialmente negativas, pode ser avassaladora. O fluxo incessante de informações pode contribuir para aumentar os índices de ansiedade e depressão, levando-nos a colocar em causa as nossas próprias competências. É importante estar ciente do impacto que estas informações têm sobre o nosso bem-estar emocional. Por exemplo, quando as outras pessoas partilham as suas viagens a lugares maravilhosos, que impacto é que isso tem para ti, quando sabes que tu não tens possibilidade de uma viagem daquelas? Como te faz sentir, quando existe aquela fotografia típica de uma família feliz (casal, filhos e cão) na praia, e tu passaste o teu dia a trabalhar num armazém? “O que é que eu vou partilhar nas redes? Não tenho nada de maravilhoso para partilhar. A minha vida não presta!”.
Precisamos aprender a reconhecer e a gerir o impacto que tal exposição tem nas nossas emoções e consequentemente na nossa saúde mental.
A Necessidade de Desconexão
Num mundo tão ligado à tecnologia, a desconexão periódica é mais importante do que nunca. Criar limites de tempo de ecrã e dedicar tempo a atividades fora do ambiente digital é essencial para a saúde mental e bem-estar. As redes socais são uma ferramenta e cabe a cada um de nós usá-la com responsabilidade.
Faz uma pausa. Tenta passar duas horas sem recorreres às redes. Tenta ocupar esse tempo com atividades que te proporcionam bem-estar. Será que és capaz?
Lembra-te: Ao refletirmos sobre a nossa relação com as redes sociais, podemos fazer escolhas mais conscientes que promovam o nosso bem-estar emocional. O seu impacto na nossa saúde mental depende de como a utilizamos.





