Chamamos de ‘Gatilhos Emocionais’ a tudo aquilo (pessoas, situações, objetos…) que nos provoca uma resposta emocional imediata e intensa. Identificamos como gatilhos, porque são eles que fazem o “click” para que a nossa reação ocorra.
São muito comuns nas fobias, ou seja, na resposta automática ao medo por exemplo. Situações stressantes também despoletam em nós respostas emocionais intensas e automáticas, como no caso de uma discussão.
Os gatilhos emocionais podem ser desencadeados por situações variadas, das mais simples às mais complexas, pois eles estão intimamente dependentes do tipo de crenças, valores e experiências anteriores que a pessoa teve.
Muitas vezes podemos sentir grande ansiedade quando nos aproximamos de um determinado local, ou sentir um grande desconforto quando estamos com determinadas pessoas. Nem sempre os gatilhos emocionais são facilmente identificados, mas são, na verdade, mais comuns do que imaginamos.
Exemplo:
“Imagina que estás num trabalho e tens um colega que faz alguma coisa que não gostas, porque vai contra um valor ou uma crença tua.
O teu colega faz essa coisa uma vez e tu ficas irritado. Depois, faz novamente e repetindo-a várias vezes. Vai chegar a um ponto em que esse colega ou a reação desse colega se vai tornar num gatilho emocional. E quando isso acontecer, não vais ter nenhuma margem racional para tentar ultrapassar essa situação, porque vais explodir, através de reações externas ou internas.” (retirado de Treino de Inteligência Emocional)

Todos temos gatilhos emocionais, pois, sendo uma resposta emocional automática é normal que ocorra, contudo, a intensidade e a razão da sua ocorrência podem, de fato, variar bastante.
Consideramos do ponto de vista da análise psicológica que os gatilhos são preocupantes, quando passam a estar muito presentes na nossa vida e afetam significativamente a nossa rotina e as nossas relações. Os gatilhos podem transformar-se naquilo a que identificamos como situações fóbicas e que nos causam stress, medo e ansiedade em larga escala.
Se é daquelas pessoas que facilmente “explodem” ou têm alguma dificuldade em regular as suas emoções, talvez seja importante refletir sobre a causa desse gatilho. Sem querermos, esses gatilhos acabam por nos levar a ter reações, por vezes, exageradas e que podem provocar também elas reações catastróficas no nosso seio familiar ou de amigos. Os gatilhos emocionais também estão muito presentes nas perturbações alimentares, principalmente, no desencadeamento da resposta automática de ingestão compulsiva de alimentos.
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é bastante recomendada, pois apresenta resultados eficazes na identificação e aprendizagem de como lidar com os gatilhos. Na terapia as pessoas aprendem a identificar o que as incomoda, o que está subjacente a esse incómodo, aprendem a reconhecer os sinais e sintomas desse comportamento, de modo a antecipar a situação e desta forma, diminuir a resposta emocional.
Como atua a TCC?
Fase 1 – Identificar o Gatilho: Identifica a pessoa, situação ou ação que faz o “click” de ativação do gatilho (pensamento);
Fase 2 – Resposta Emocional: Reconhecer as emoções desencadeadas pelo gatilho (será raiva? Será medo? Será nojo? Será tristeza?…) (comportamento);
Fase 3 – Causa/Razão: Compreender o que está por trás desta emoção? Baixa autoestima? Inveja? Receio em perder algo ou alguém? Medo? (compreensão).